quinta-feira, 19 de junho de 2008

A POPULAÇÃO COBRA DO PREFEITO PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS- PARTE 11.


Cordel relembra o “misterioso desaparecimento” do prédio da fábrica de tecidos do Corte Oito

► “Naquela manhã de dois mil e seis / aconteceu uma tragédia na cidade / que nesse cordel conto pra vocês / pois, é uma história de triste verdade / que deixou muita gente atordoada / até porque não dizer, abestalhada / pelo sucedido e sua crueldade”.
Com estes versos o escritor e artista plástico Pedro Marcílio Leite abre o livro de cordel “O misterioso desaparecimento da Fábrica de Tecidos do Corte Oito”, que está sendo lançado em edição limitada. A publicação aborda, resumidamente e de fácil compreensão, um episódio recente que ainda está na memória de muitos “filhos” da Baixada Fluminense, em especial Duque de Caxias, assunto este já abordado em outra publicação no início do ano, assinada pelo historiador Stélio Lacerda, que foi secretário de Educação e também de Cultura no município.

Para quem não tem vínculo com o episódio, é necessário fazer uma rápida recapitulação: a fábrica de tecidos (o nome era Companhia União Manufatora de Tecidos), inaugurada em 1949, foi de grande importância para o desenvolvimento industrial da cidade, que na época tinha apenas seis anos de emancipação política. Instalada na antiga estrada Rio Petrópolis (hoje avenida Presidente Kennedy), inaugurada pelo Presidente Washington Luiz em 1928, a fábrica ocupava uma área de cerca de 100 mil metros quadrados e foi referência para a indústria têxtil brasileira, em meados do século passado, quando chegou a empregar mais de mil pessoas. Ali foi produzido o melhor linho das Américas, como relembra Stélio na obra. A fábrica produzia ainda sacos de juta para exportação de café e açúcar, com tarjas verdes e amarelas, que passaram a identificar no exterior as mercadorias importadas do Brasil. Ela cresceu tanto que chegou a operar duas outras unidades: uma no Espírito Santo e outra em Pernambuco. A unidade de Duque de Caxias funcionou até a década de 80.

Pois bem, em meados do ano passado, os antigos galpões, o prédio principal e a chaminé foram demolidos a toque de caixa, em apenas duas semanas, sem nenhuma explicação oficial. Nem as antigas árvores – entre elas alguns exemplares de ficus africanos - escaparam do ato criminoso. O episódio, como era de se esperar, provocou a indignação de historiadores e antigos moradores, uma vez que nenhum projeto de preservação foi adotado e o “sumiço” das instalações da velha fábrica foi explicado até hoje.

O episódio gerou muita especulação. Alguns comentários davam conta que o local iria virar um pólo de arte e de cultura, outros que daria lugar a um cemitério vertical, depois um batalhão de polícia e por último um templo religioso. O fato é que o terreno está desocupado e tomado por capim.

O cordel de Pedro Marcílio (percilio1949@globo.com) e o livro de Stélio Lacerda (steliolacerda@yahoo.com.br) podem se adquiridos na Livraria Itatiaia (Unigranrio Shopping Duque de Caxias), no Instituto Histórico da Câmara (Rua Paulo Lins nº 41, bairro 25 de Agosto, tel. 21 2671-6298 ramal 247) ou através dos emails dos autores. Ambos os locais possuem em catálogo outros títulos destes e de outros autores da Baixada Fluminense.

http://josuejornal.blogspot.com/

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